Este blog está de luto e precisa de um tempo para respirar e digerir um pouco da crítica de Renato Russo, que me vem à cabeça em um momento triste como esse: “a violência é tão fascinante, e nossas vidas são tão normais…”. É que hoje, mais uma vez, a violência chegou próxima, mostrando sua face mais cruel e ensurdecedora.

Há pouco mais de um ano, na Rádio Nacional da Amazônia, aonde trabalho, eu dava início a um dos projetos mais legais que já construí em minha curta carreira no jornalismo: o programa Mosaico. É um programa diário de arte e cultura, veiculado ao vivo, nesta emissora. Comigo, o estagiário Gustavo Lúcio, fazendo a produção e colaborando imensamente com esse projeto.

O Gustavo é daqueles caras que todo mundo gosta, a despeito de vários de meus ouvintes, até hoje, escreverem pra mim, mandando beijo, abraço e lembrança ao Gus (como começamos a chamá-lo) – detalhe é que ele deixou a produção do programa há mais de seis meses. Hoje, o pai dele foi assassinado a tiros, no bar de sua casa, no Recanto das Emas. A tristeza do garoto Gustavo, que se preparava para sua colação de grau, toma conta de todos nós aqui na rádio, temperada por uma revolta indescritível.

Eu queria começar a semana com o receituário nosso de toda segunda-feira. Também queria começar falando sobre o surpreendente show do Jota Quest, que aconteceu no sábado agora (20), e que mais pareceu o show da Legião Urbana, já que contou com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá no palco. Mas hoje não dá. Perdão…

… só não me sai da cabeça o tal comecinho de Baader Meinhof-Blues, que o Jota não tocou, mas que me toca agora, com notícia tão triste. Volto amanhã, ok?

–> Aqui, um vídeo que o Gustavo fez, do primeiro dia do meu programa. Esse menino é especial, e se você puder dar uma rezadinha, mandar boas energias ou fluidos, enfim. Agradeço imensamente: