Musicoterapia: Back and Forth

cartaz do filme. imagem: divulgação
cartaz do filme. imagem: divulgação

Por Daniella Jinkings*

Há algum tempo, eu acreditava que a década de 1990 era um limbo musical. Sim, cometi essa bobagem. Talvez porque não gostasse tanto do Nirvana. Mas quem diria que uma das minhas bandas preferidas seria formada justamente por um ex-integrante do grupo ícone do movimento grunge?

Depois de conseguir superar o trauma da morte de Kurt Cobain e quase desistir da música, o baterista e, hoje, vocalista e guitarrista, David Grohl conseguiu uma façanha: criar uma das maiores bandas de rock da atualidade. O Foo Fighters ocupa a 3ª posição no ranking da Billboard de melhor artista de rock e melhor artista alternativo da década (2000-2010).

Se estou parecendo muito suspeita para falar sobre isso, você pode tirar suas próprias conclusões assistindo ao documentário Back and Forth. São mais de duas horas de história, com depoimentos, trechos de shows, demos e imagens inéditas. A banda foi criada em 1995, mas eu só conheci em 2003. Mesmo quem não é fã deve ter rido do clipe Learn to Fly ou gritado “Is someone getting the best, the best, the best, the best of you?” alguma vez na vida.

A trajetória da banda não é diferente das outras, ou seja, é cheia de altos e baixos, com “entra e sai” de integrantes, além de brigas internas e problemas com drogas. A banda teve muitas formações, mas, atualmente, é composta por David Grohl (vocal e guitarra), Nate Mendel (baixo), Taylor Hawkins (bateria), Chris Shiflett (guitarra) e Pat Smear (guitarra).

Uma das coisas mais legais abordadas pelo documentário é o amadurecimento, principalmente musical, do FF. A sonoridade é algo extremamente importante para Grohl. Ele conseguiu unir o público cativo de rock aos que gostam de música leve, buscando um equilíbrio entre o rock pesado e as baladas acústicas.

O longa é excelente e, claro, obrigatório para quem curte rock. Além disso, foi dirigido por James Moll, diretor de Running the Sahara (2007) e vencedor do Oscar de melhor documentário pelo filme The Last Days (1998). Quem assistir o documentário no cinema ainda é brindado com um show em 3D (fantástico)!

O documentário também mostra todo o processo de criação do último álbum da banda, o Wasting Light. O FF foge do convencional e sempre inova. Prova disso é a gravação deste álbum, feita de forma analógica na garagem da casa de Grohl. Durante o documentário, ele diz que as piores gravações foram feitas em mega estúdios, por isso, eles sempre voltavam às origens, buscavam a essência da música e tentavam fazer as coisas de maneira simples. Sensacional, não?

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*A partir de hoje, toda quarta a jornalista Dani Jinkings escreve Musicoterapia, com a visão pessoal de quem não perde um show gringo no país. Repórter de Direitos Humanos na Agência Brasil, é também estudante de Filosofia e está com uma pós trancada. Afinal, tem os shows, né?

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