Bio

Não sei se você se lembra, mas nos primórdios da internet, rolavam uns textos que circulavam nos e-mails com coisas ora geniais, ora bizarras.

Nesse ínterim, um fenômeno surreal e absurdo muito disseminado foi o dos textos atribuidos ao Luís Fernando Veríssimo. Um caso de falsidade ideológica “do bem”.

Um desses textos se chamava “Diga não às drogas”, do qual teria o maior orgulho de ter escrito – e jamais diria que não fui eu que escrevi. Aquele texto é a motivação desta farmácia.

Aqui, exponho toda a minha hipocondria para lhe indicar as melhores drogas contra o tédio, o mau humor e o ócio pelo DF afora e afins: música boa, filme bão, teatro do bão, enfim, tudo de bom.

Sou Morillo Carvalho, jornalista. Mantenho esse blog desde 2008, quando eu tinha essa cara aí do lado, uns 25 quilos mais magra. Aos trancos e barrancos, vivo oscilando entre períodos de efervecência/empolgação com o blog e os de total ostracismo.

Já colaboraram aqui:

– Rafania Almeida, Marcella Oliveira, Antonio Trindade, Michel Medeiros, Karla Lucena, Daniela Jinkings, Maria Carolina Lopes, Juliana Maya… E essa turminha do barulho enfrentando altas aventuras, quando rolavam mini-bios por aqui:

Ana Luiza Zenker – Jornalista. Colaboradora/hipocondríaca do Drops, apaixonada por cinema, apesar de nunca ter tido vontade de virar cineasta. O bom mesmo é fruir e, por que não, consumir uns bons blockcusters. Editora da TV Senado. Já fui repórter da Agência Brasil, trabalhando também para a Rádio Nacional. Também fiz parte da equipe do SOS Imprensa, na Universidade de Brasília.

 Paulo Mesquita – Jornalista e estudante de Direito. Escreve os blogs Em se Tratando Disso e Alguns Momentos. Além disso, mantém sua página pessoal no Twitter, onde fala uma série de asneiras. Adora culinária e vez ou outra arrisca umas artes na cozinha. Já trabalhou em livraria e de lá traz sua paixão pelos livros e, consequentemente, pelo cinema, teatro e demais artes. Brasiliense, ama sua cidade e não a troca por nada. Adora viajar, nem que seja só para conhecer um lugar e dizer “Brasília é muito melhor!”. No jornalismo, trabalha com assessoria de imprensa. Já passou pelo GDF, pela UnB e hoje atua no setor privado. Também já foi repórter de cidades do Jornal de Brasília e da Voz do Brasil.

Akemi Nitahara – Jornalista formada pela UnB, repórter e editora da Rádio Nacional de Brasília desde 2004. Filha de músico, cresceu em meio à efervescência cultural de Brasília, de onde tirou bagagem para ser responsável pelo quadro Cultura, do jornal Repórter Brasil, da Rede Nacional de Rádio. Inspirada pelos 2 filhos e seus amigos e primos, publicou três livros infantis: Naomi e Anita, Naomi e Anita e suas Descobertas e Naomi e Anita e o Irmãozinho, com ilustrações de Adriana Cascaes. No mundo das idéias, está germinando a tirinha Naomi e Anita.


DIGA NÃO ÀS DROGAS

O tal texto apócrifo do Veríssimo é esse aqui. A beeem da verdade é que, lendo hoje, já adultão, relendo ele aqui, penso: hmm, mei preconceituoso (tipo: todos os citados do axé são <3) e mei descontextualizado (Hebe e Gugu morreram…). Mas, como registro, tá valendo:

Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de ” experimenta, depois quando você quiser é só parar…” e eu fui na
dele.

Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de “raiz”, da terra, que
não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do Chitãozinho e Xororó e em
seguida um do Leandro e Leonardo. Achei legal, uma coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais frequente,
comecei a chamar todo mundo de “amigo” e acabei comprando pela primeira vez.

Lembro que cheguei na loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve… Banda Eva, Cheiro de Amor, Netinho, etc. Com o tempo, meu amigo foi me oferecendo coisas piores: o Tchan, Companhia do Pagode e muito mais.

Após o uso contínuo, eu já não queria saber de coisas leves, eu queria algo
mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer os quadris como eu nunca havia mexido antes. Então, meu amigo me deu o que eu queria, um CD do Harmonia do Samba. Minha bunda passou a ser o centro da minha vida, razão do meu existir. Pensava só nessa parte do corpo, respirava por ela, vivia por ela! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais…Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas.

Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show e ao encontro dos grupos Karametade e Só Pra Contrariar, e até comprei a Caras que tinha o Rodriguinho na capa. Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro. Meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.

Não deu outra: entrei para um grupo de pagode. Enquanto vários outros
viciados cantavam uma música que não dizia nada, eu e mais outros 12
infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos
sinais combinados. Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a Coletânea As melhores do Molejo”. Foi terrível!! Eu já não pensava mais!!!

Meu senso crítico havia sido dissolvido pelas rimas miseráveis e letras
pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir. Cheguei ao fundo do poço, ao limiar da condição humana, quando comecei a escutar popozudas, bondes, tigres, MC Serginho, Lacraias, motinhas e tapinhas. Comecei a ter delírio e a dizer
coisas sem sentido.

Quando saía à noite para as festas, pedia tapas na cara e fazia gestos
obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais
estranhas que queriam me mostrar o caminho das pedras…
Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser
dominado pela droga mais poderosa do mercado: Ki-Kokolexo.

Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a
única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo
muito duro: doses cavalares de MPB, Bossa-Nova, Rock Progressivo e Blues.
Mas o médico falou que eu talvez tenha de recorrer ao Jazz, e até mesmo
a Mozarth e Bach. Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam a visão
para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar
drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável, distante.

Vai perder as referências e definhar mentalmente. Em vez de encher cabeça
com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que
é droga ou não, faça o seguinte:

* Não ligue a TV no domingo à tarde;
* Não escute nada qu e venha de Goiânia ou do interior de São Paulo;
* Não entre em carros com adesivos “Fui…..”;
* Se te oferecerem um CD, procure saber se o indivíduo foi ao programa da
Hebe ou ao Sábado do Gugu;
* Mulheres gritando histericamente são outro indício;
* Não compre um CD que tenha mais de 6 pessoas na capa;
* Não vá a shows em que os suspeitos façam passos ensaiados;
* Não compre nenhum CD em que a capa tenha nuvens ao fundo;
* Não compre nenhum CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no
Brasil, e
* Não escute nada em que o autor não consiga uma concordância verbal
mínima.

Mas principalmente, duvide de tudo e de todos.
A vida é bela!!!! Eu sei que você consegue!!! Diga não às drogas!!

3 comentários sobre “Bio

  1. Gostaria de saber o e-mail de vocês para contato, releases, sugestões de pauta e convites.
    Att.

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