A gente tem uma diva pop que veio do axé, a Ivete. Temos duas que vieram do funk, Anitta e Ludmilla. Temos uma do rock, Pitty. Agora temos uma do pop, do melhor pop-rock possível: Luiza Goto, que manda som sobre aquele bode pós-fim de relacionamento enrolada em fita zebrada e consegue fazer um “te amo, te adoro e só serve você” não ter cara de sertanejo dor de corno.
A Luiza Goto é uma gostosa. Calma, não tô objetificando ela. Tô usando o mais contemporâneo sentido dado a essa palavra pela internet: é a pessoa que você gosta de ver, que exala gostosura na voz, na dança, no jeitão revolts e no visú que transforma fita zebrada em bustiê. Eu espero muito que essa seja a primeira resenha que fale isso sobre ela, espero muito que ela goste, e espero muito que quando ela estiver no palco mundo do Rock in Rio, como agora estará a (maravilhosa da) Iza, se lembre que um dia um jornalista de Brasília ouviu sua música e resolveu usar seu sitezinho lido por algumas centenas de pessoas pra contar pra elas que: sério, taca o dedo no play desse vídeo pra concordar comigo.
PS: Há chances de súbito descontrole, em que você pode se ver numa situação em que tenha de dançar de qualquer jeito, portanto se tiver pessoas ao redor, avise-as que isso pode acontecer.
Eu avisei.
Voz com um teco de drive na hora do refrão, puta que pariu, que tesão de música. E quem nunca cantou dizendo que não ia mais cantar? Quem nunca beijou dizendo que não ia beijar aquela boca nunca mais? Quem nunca fechou o bar porque sim, porque caralho, quero e preciso da pessoa que sei lá porque raios não tá rolando mais?
É um clipe pra dizer que eu amo mesmo. Para apresentar a perspectiva de alguém que se entrega totalmente. De alguém que já se entregou e se desiludiu tantas vezes que diz que não vai mais fazer isso, mas acaba acreditando mais uma vez e se entregando novamente. Nessa história em que digo que nunca mais vou amar mas 5 minutos depois me apaixono de novo”
Luiza Goto
Te entendo, Luiza. Aff, te amo, te adoro, só serve você, Luizaaa!!!
Ela é guitarrista, lançou um primeiro disco em 2018 e pro ano que vem tá preparando outro que é sobre sons oitentistas. E por falar em sons oitentistas, eu lembrei muito delas ouvindo o som da Luiza (só que no disco esse pop 80 vai ser mesclado com indie, rocks, etc):
Não me pergunte o que me fez lembrar delas. Sei lá, acho que é esse pop nacional e raiz + a cara séria que se fazia ao cantar, diferente do sorrisão aberto que ficou tão escancarado nas apresentações de artistas noventistas.
:: Ah, só uma mudancinha rápida de assunto: meu segundo livro tá em pré-venda, que tal? ::
Mas outra referência que me bateu nesse clipe da Luiza foi esse da Paulina Rubio, que é pop 2000 na veia. Só que, aqui, não tem a ver com o som e sim com a proposta estética. Coloquei o link do momento exato em que essa aproximação estética acontece, ó:
Fitas zebradas que viram roupas em clipes. Que coisa maravicherrys! Ah, tem a versão dessa música da Paulina, gravada pelo Rouge, que se chama Pa pa la la, mas não vou linkar porque o foco aqui é na Luiza!
A música é sobre a liberdade de ser quem se é, sobre a coragem de sentir. Acho que você falar que ama mesmo uma pessoa é algo muito poderoso, sabe? Quero trazer esse poder para as pessoas e que elas sintam junto comigo através da música”
Luiza, again
Eu não sei você, mas eu tô com UH, BABY BABY… UUH, BABY! TE AMO, TE ADORO, SÓ SERVE VOCÊÊ! na cabeça até agora. Assim será por umas horas, eu acho. Mas faz uns dias que quando percebo que o noticiário e as coisas estão excessivamente chatas, ligo este som e tudo dá uma súbita melhorada.
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Ouça na playlist garimpeira deste site!
É a playlist mais cremosa, crocante e mara do momento. Mas não basta ir lá e ouvir, caraio: CAI O DEDO se você clicar em “curtir” a playlist? CUSTA? Não, né, então caceta aprenda a apoiar iniciativas como este site (que dá fruição e visibilidade pra arte e pra cultura em um momento tão escroto quanto este) e os próprios artistas, pois eu ganho zero reais com seu like, mas o artista, quando você ouve, ganha! Ok, ganha um caraminguá, mas ganha. Saca? Não precisa quase nada pra fazer a arte do país andar:
foto: Fernanda Ribas / Divulgação
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