Música lembra do essencial (e há muitos essenciais visíveis aos olhos): veja na vidraça o sol a brilhar. Sobre o ódio, a ira… Respira!
No momento em que parei para escrever este texto, fazia 13 horas que a canção de Chico e Zeca havia estreado e somavam-se 3.614 visualizações no Youtube. Estou certo de que foram bem mais, porque o contador da plataforma deve ser processado num computador Pentium 3, de 2001 – falo com o conhecimento de causa de que, quando botei no ar o vídeo de homenagem ao Tarcísio Meira, ficou contando 1 única visualização por horas, até que num susto o contador saltou pra mais de 200. Porém, ainda acharei pouco se, no momento em que o Pentium atualizar, o número exato do clipe de Chico e Zeca bater 1 milhão de views.
Chico e Zeca são conjunção de forças musicais que deveria dar um chacoalho no país. Deveriam estar na Fátima Bernardes, no TVZ do Multishow, o Fantástico já deveria estar preparando aqueles musicais incríveis que eles sabem fazer… Espero que estejam. Chico e Zeca são tão gigantes que dispensam que eu fale qualquer coisa mais sobre eles. Aliás, vou bancar a Márcia Freire aqui e “deixa o lero-lero, vem pra cá meu bem”, chamando pra conversa o clipe em si. Ó:
Sacou?
Em tempo de pandemia pulmonar, se o vírus não te aflige, faz o que os dois tão dizendo: respira.
Respira nasceu comigo. Veio do meu violão e é uma canção bem da pandemia. Mas veio quando uma seguidora de Zeca escreveu que estava se sentindo mal e ele respondeu ‘respira, tenha paciência’. Eu li e aquilo me estimulou, comecei a escrever a música num espírito Sergio Sampaio, de quem nós dois somos admiradores. Depois ele escreveu a segunda parte da letra e criou musicalmente a terceira parte”
Chico César
No meu segundo ofício, o teatro, aprendi que a respiração muda absolutamente tudo. Bom, é poderosa a respiração, tanto que é nosso sopro vital. Mas é também ela a que permite que oxigenemos os pensamentos, o cérebro, e estabeleçamos calma quando a hora é de calma e luta quando a hora é de luta. E música, quando a hora é de música. Bom, sempre é hora de música, mas só de vez em quando é que dois grandalhões assim se unem…
Eu e o Chico nos conhecemos desde 91, ano em que cheguei em São Paulo. Nos tornamos amigos e parceiros desde então, mas a real é que nunca fizemos muitas músicas juntos. A ‘parceria’ se dava mais num plano de troca estética e admiração mútua. Com a pandemia e o isolamento, algo se deu, algum pavio criativo acendeu em nós”
Zeca Baleiro
Em tempo de bolsonarismo, também é bálsamo ouvir um “não se entregue não / ainda tem chão, respira. / Sei que falta ar, mas de algum lugar a gente tira… / Não há mal que sempre dure, meu amor procure apenas estar e não entrar na pira, / respira… Respira!”.
Bom, experimente respirar agora. É bom, né? Respira! De máscara, pelo amor.
Arte: Divulgação
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