Reencontre-se com o teatro na nova peça de Clarice Niskier

Atriz e autora volta ao CCBB Brasília com “Coração de Campanha”, espetáculo sobre reaproximação de famílias na pandemia

É bem difícil dizer: “pode ir ver. Ainda não vi, mas pode ver, é impossível ser ruim”. Mas para esta peça nova da Clarice Niskier eu digo. Eu vou ver, inclusive, e posso contar depois. Mas de antemão te digo: vá. Vá, porque perder é perder tempo nessa sua vidinha mais ou menos e tudo o que não podemos, neste momento, é perder mais tempo.

Óbvio que não tô ignorando a pandemia, óbvio que é pra ir se você já estiver minimamente vacinado, tomando absolutamente todas as precauções, sabendo que o teatro também está tomando os cuidados dele, e se estiver sem qualquer sintoma. Desde que retomei este projeto, só tenho falado de atrações culturais possíveis de serem vistas em casa, o que não é o caso desta. Mas é aquela exceção que vale e vale.

O motivo de tanta convicção? Tá aqui. É este texto, escrito em julho de 2008, pouco mais de um mês após assistir Clarice no teatro Eva Herz, novinho, em uma São Paulo que parecia pulsar as novidades de um Brasil que queria arte, que abria salas de teatro e livrarias e imensas e não as fechava como agora. Foi anteontem, mas dá uma saudade doída e, ao saber que em pouco mais de um ano será possível reaver parte daquele país, dá uma pontinha de esperança. A despeito de todos esses revéses que o país viveu, Clarice e seu espetáculo A Alma Imoral (é sobre ele o link) estiveram em cartaz por 15 anos ininterruptos. Ela e Amir Haddad, que mais uma vez supervisiona o espetáculo, neste de agora.

Confira imagens da peça

Comecei a escrever intuitivamente, sem nenhuma preocupação, como se fosse um diário. Diálogos curtos sobre o mundo, a situação do planeta, a vivência dentro de casa, com a família, tudo interligado. Convidei o Isio [Ghelman, ator] para ler comigo pelo Zoom as cenas iniciais. Ficamos impactados com a leitura. Sentimos que dava ‘samba’. A partir daí decidi escrever uma peça de teatro. São dezenas de cenas curtas, entremeadas por música e silêncio”

Clarice Niskier, sobre o espetáculo
É sobre o quê?

Em suma: uma atriz e seu marido entram na pandemia e em crise. Só que, ao invés de tentarem uma separação amigável, partem para uma cooperação amigável. E neste ínterim cabem milhões de questões: rupturas, amizade, amor, sexo, pandemia, transformações sociais, trabalho remoto, ele perde amigos e ela perde o pai para a covid… Enfim. Alguma dúvida de que é uma coisa linda de se ver e se viver?

Em cartaz no Teatro do CCBB Brasília de 13 de agosto a 5 de setembro, de quinta a domingo, às 20h; dias 21 e 22 de agosto, às 16h30, e sessões extras nos dois últimos finais de semana, dias 28 e 29 de agosto e 4 e 5 de setembro, às 16h30.

Ingressos à venda em http://www.eventim.com.br a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Acesse o programa do espetáculo e mais informações em coracaodecampanha.com

imagens: Dalton Valério / Divulgação


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