Astro infantil do Trem da Alegria, da década de 80, grava primeiro álbum solo e mostra que segue sendo bom cantor
Se tem uma coisa que a molecada que se destacou na década de 80, na música, é, é boa. Não eram meros rostinhos bonitos com suas vozes infantis treinadas pra serem afinadas: eram bons artistas mesmo. Do Trem da Alegria saiu uma safra interessante: Patrícia Marx, Amanda Acosta, Juninho Bill, Luciano Nassyn. Se formos ver a safra, juntando os balões mágicos e os abelhudos, olha que coisa interessante: ao contrário dos astros pop do instante seguinte (Polegar e afins), todos seguiram suas vidas de boa, sem meter o louco em escândalos pessoais, estilo os mini artistas dos EUA.
E o carinha mais figura de todos eles, sem dúvida, era o Juninho Bill. O carisma do moleque, a duplinha perfeita que formava com Amanda, a voz que cantava parecendo debochar ou se levar a sério para ser astro do rock… Era demais. Pois o Juninho tá com 43 anos, passou parte da vida jogando bola, e agora retorna à música com o disco “Homônimo”. O nome do disco é “Homônimo”, e certeza que essa gaiatice foi pra que, quando se falasse sobre o disco, ficasse parecendo que o nome do disco é “Juninho Bill” – sempre que um disco não tem nome, escrevemos: “Fábio Junior, em disco homônimo”… Parece que Juninho segue engraçado.
Tô deixando aqui o link para o Spotify, tá rolando em todas as plataformas (inclusive: dica do Bruba, leitor aqui nos coments: tá completão no Youtube Music):
Pra financiar o disco, Juninho fez uma vaquinha. Arrecadou 10% do que pretendia, mas conseguiu mesmo assim. Hoje em dia é dificílimo conseguir completar uma meta, quando se trata de projetos culturais – fiz uma para financiar a estrutura do teatro que abri em 2017 e foi a mesma coisa.
O disco
É um pop-rock, at all. São 12 faixas, durando 39 minutos. Mas há experimentações por outros estilos musicais. Todas as composições são do próprio Juninho – exceto em “Não Tem”, que é do Gabriel Gama de Sá. “Rolo Danado” é um sambinha, meio bossanovado. “Novela de Janete Clair” tem um órgãozinho típico do brega nordestino. “Apenas o Mar” segue MPBzado com um piano predominante.
“Não Tem” parece falar sobre vício: “não vão te dar a paz, eles lucram com este inferno, se alimentam dessa indigestão. Cólera assassina do meu eu, da minha vontade louca de ficar à toa”. Em tom confessional, “Pensar em Mim” fala sobre desperdiçar oportunidades e conseguir rever a vida: “E constatei que eu tinha tudo e desejava ter além do que eu já tinha, sendo que tudo aquilo já me bastava”, diz a canção.
“Seu Pomar” recorre a um tom bolerístico, em mais uma sobre relacionamentos (assunto predominante). E “Fim pro Recomeço”, mais um rock, encerra o disco.
É bom, é agradável, é o Juninho Bill de volta! Que legal. Tomara que exploda de fazer sucesso!
E como recordar é viver, olha ele em ação numa das performances que eu mais gosto: bancando o palhacinho tímido pra cima da bailarininha Amanda, em “Pra Ver se Cola”:
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YouTube Music está com o álbum completo. ;)
Que massa!!! Valeu pelo toque, vou atualizar no post!