Ouça: 68, nova música da Plebe Rude, lançada no aniversário de 40 anos da banda

Veterana do rock brasileiro completa quatro décadas lançando ’68’, ano em que tudo aconteceu – e muita gente considera que não acabou. Eles cantam que acabou, mas que querem o impossível

Até 1968 o país sabia que estava sob uma ditadura, mas fingia que não via. O clima era brando. Era de ameaça, mas o perigo não era ainda tão palpável. Até que, em 13 de dezembro, veio o Ato Institucional 5, dando as tintas de legalidade para o aparato repressivo do Estado sob o jugo militar. Mas o ano foi inesquecível por inúmeras razões em todo o mundo: foi quando morreu Martin Luther King, houve a Primavera de Praga e inúmeros outros eventos históricos. “68” é o nome da faixa que a Plebe lança hoje, quando completa exatos 40 anos.

68 foi um ano de muitas lutas, desde os protestos contra a guerra do Vietnã, dos direitos civis e a primavera de Praga. O assassinato do Martin Luther King talvez tenha sido o fato mais marcante. Mas foi como o ano terminou que marcou 68 e deu significado e esperança para tudo o que aconteceu. O Apollo 8 em dezembro circundou a Lua pela primeira vez e foi ali que vimos toda a fragilidade da Terra através da famosa imagem ‘earthrise’. Um ano tão difícil foi encerrado com a raça humana se vendo na vastidão do espaço. Quem sabe aprenderia a deixar de lado as diferenças e cuidar daquele pontinho no céu”.

Phillipe Seabra, vocalista da Plebe
Foto: Caru Leão

Esta é a primeira faixa de “Evolução – Vol. II”, o novo disco da Plebe, que está pronto desde antes do início da pandemia e que, aos poucos, iremos conhecendo com o lançamento de cada single. Para o baixista, André X, o ano de 68 precisa ser lido como o start da inclusão da juventude nas transformações políticas, e reler este ano, na música, faz parecer que estamos falando de agora.

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Me pego ouvindo o disco e pensando: essa música é sobre algo que aconteceu tempos atrás, mas parece que estamos cantando sobre hoje. Com a nova onda conservadora se consolidando, é importante o exemplo histórico de que lutar é possível. Além de todas as consequências políticas e sociais, os protestos trouxeram a juventude para a cena global, como protagonistas. Após 1968, minorias e excluídos também passaram a ter voz e serem representados. Foi um ano anti-repressão, que procurou mudar a sociedade, tornando-a mais inclusiva, tolerante e livre. Apanharam muito, mas não cederam”.

André X, baixista da Plebe

Seabra concorda: “a letra é assustadoramente atual. Esse momento esdrúxulo que estamos passando pediu um comentário social que ninguém está abordando”. Ouça no lyric vídeo (que tá tão legal que mais parece um clipe):

E ó: às 19h, hoje, tem live sobre o aniversário da banda com o Paulo Marchetti, autor do livro “O Diário da Turma 1976 – 1986”, fundamental para quem se interessa pela história do rock brasiliense. Hoje eles publicaram essa foto demarcando o início dessa história toda:

Arte: Fernando Dalvi


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