Ministro do STF estende decisão do plenário sobre a suspeição de Moro – concluída essa semana – aos processos do sítio de Atibaia e da doação de terreno para Instituto Lula. 3 das 4 ações da Lava Jato contra ele voltam à estaca zero. E no doc Lula Lá – De Fora Pra Dentro, você confere 16 anos dessa trajetória – inclusive quando começaram a chocar o ovo da serpente contra o metalúrgico
A Mariana Vitarelli Alessi não deve ter 1,60 metro, nem pesar 50 quilos. Mas tamanho jamais foi documento e, desde cedo, ela circula entre figuras importantes e inteligentes, tais como Marcelo D2 e Luís Inácio Lula da Silva. Cineasta, produtora audiovisual, esteve no Grupo Globo por anos até passar em concurso e, por esta razão, se mudar para Brasília. Oportunidade perfeita para dar continuidade ao que já vinha realizando há anos: com sua câmera na mão e ideia (fixa) na cabeça, acompanhava cada passo do ex-metalúrgico que chegou à cadeira principal do Palácio do Planalto.
Foi no contexto das manifestações de 13 e do golpe de 16 que nos aproximamos mais. Em diversas das manifestações vermelhas, estávamos juntos. E a coisa mais comum era que se indignasse quando gritavam “vagabundos” para nós, rumo à Esplanada – a gente, descendo o Eixo Monumental à pé, e os que nos atacavam, de carro. “Eu trabalhei o dia inteiro, até agora!”, esbravejava. Eu: “calma, Mari, isso aí nem gente é…” Outra coisa comum era que ela sumisse do nosso grupo, no meio do protesto: câmera empunhada, estava atenta às falas de Lula, de Dilma, de quaisquer outros notórios políticos – e até do inominável que nos governa agora.
A Mari não recusou um, nem dois chopps, após o expediente. “Tenho que editar”, justificava. Quando ia, a aflição de ter de ir embora, mesmo querendo ficar: precisava editar mais. E assim foram noites e mais noites, ao longo de 16 anos. Dezesseis longos anos.
Mariana Vitarelli Alessi é das pessoas mais corretas do universo. Se Lula a decepcionasse, em suas filmagens obstinadas, eu duvido que ela continuaria a acompanhá-lo. E esta é uma das razões que fortalecem minhas convicções sobre quem errou e quem falou a verdade nos episódios da Lava Jato: eu tenho a Mari pra calcá-las.
Todo esse trampo – repito: 16 anos dedicados a um projeto – pode ser visto, a partir de hoje, DE GRAÇA, ONLINE, num festival de cinema da minha cidade natal: o Santos Film Fest. Hoje (24), a exibição será às 21h. Amanhã (25) tem reprise às 17h. Pra assistir, tem que entrar na página do evento e se cadastrar. Depois, votar. E ser feliz: https://santosfilmfest.com/
E Mari: eu bato o olho nesse frame congelado do Lula, aqui na tela inicial do Youtube onde está o trailer do seu documentário, e me dá essa mesma emoção. Não pela mesma razão dele, mas por ver materializada a sua dedicação integral por um projeto que durou mais do que toda a vida do meu filho, até agora. Sério, você é surreal!