Disco mescla rap com mil outros sons e artes e joga a real nas letras, mas com proposta good vibes… “Sonzeira”, como ele mesmo diz…
O Rio de Janeiro tem coisas engraçadas, como bairros não-oficiais. Caso da Usina, um pedaço da Tijuca colado no Alto da Boa Vista e nos morros do Boréu e da Formiga. Que tem esse nome porque, um dia, o local abrigou uma termelétrica. Foi lá que um grupo de artistas montou uma casa chamada TRETA (Teoria da Ressonância Entre o Teto e o Alto). Tatuadores, músicos, grafiteiros, artistas circenses… Dentre eles, o rapper Gustavo Caliban. Que, a partir das vivências ali e da potência criativa que brota quando junta uma galera pra fazer arte, surgiu “Projeto Zaia – TRETA”, um discaço que transforma essa pulsação que surge coletiva em obra de arte.
É rap, mas faz tempo que o rap não é só rap, né? E, convenhamos, purismo é um saco. Então é rap com muitas linguagens sonoras mais. E artísticas: tem até esquetes teatrais dentro do disco. E já deu pra reparar que é obra feita a muitas mãos, né? Além dos instrumentistas, tem os beatmakers e colaboradores como o rapper GV, o produtor A-Truth (na faixa NYC Blues – direto de Nova York) e o Mr Denial (Deniz Goknel), que além de ter feito a capa do disco, é saxofonista, compositor e vocalista. Falar em capa, ó ela:
O Disco
Já de cara manda mil recados em Raggamufin. “Te amo de pulmão, coração, fígado e baço”, “mama África, o que fizeram contigo?” e “canto pra que tudo termine bem na beira da praia” são alguns deles.
Já disponível na íntegra em todas as plataformas, há mensagens bem legais nesse lyric vídeo que está no Youtube, tais como as informações de que o disco foi produzido sem investidores, patrocinadores, só no peito e na raça. Isso no meio de um instrumental massa (perdão pela rima). Dá uma ouviditas:
Uma mais divertida, já lançada há uns meses, é “A Voz do Vento”. Essa ganhou clipe, e as paisagens parecem as do já descrito bairro da Usina, mas posso estar falando bosta, é claro. Parte fofa da letra: “eu tô tipo Gil, esperando na janela. Me inspirei naquela faixa amarela na entrada da favela, na viela do Botequim do seu Zeca, viu…”
Foi o segundo single do disco. Quem canta com ele é Tai.Nae:
Gustavo Caliban
O artista carioca está há mais de 10 anos na estrada, fazendo hip hop. Primeiro, na dupla de rap Produto Interno, quando lançou mixtapes independentes (2011-2014). Ficou solo até surgir o coletivo Projeto Zaia, do qual faz parte.
Ficha Técnica:
Produção Executiva: Gustavo Caliban
Produção Musical: Gustavo Caliban
Engenheiros de gravação e mixagem: Gustavo Caliban & Vndroid
Compositores: Gustavo Caliban, Monge Inka, Tai.Naê, Mr.Denial, Kadu Barros e Gv
Intérpretes: Gustavo Caliban, Monge Inka, Tai.Naê, Mr. Denial, Kadu Barros, Gv, Gabriel Ruiz e Tai Gomes
Músicos instrumentistas: Gustavo Caliban (Produtor musical / Beatmaker), Sergio Fiuza (Flauta, Baixo, Guitarra, Violão), Deniz Goknel (Sax, coro), Luiza Vieira (Baixo), Rodrigo Menescal (Percussão), Gabriel Ruiz (coro e percussão), Luca Lisboa (Percussão), Tai.Naê (coro, violão, guitarra, teclado), Thadeu Saieg (teclado), Tulanih Pereira (coro), Gagari Beats (Beatmaker), A-Truth (Beatmaker), Stevie King Beats (Beatmaker).
Arte de capa: Deniz Goknel
Selo Caravela
Distribuição: Warner Music