Eles ganharam sobrenomes e responsabilidades dos pais famosos. Dentre as responsabilidades, manter vivos os legados de Tim Maia e Renato Russo. Se conseguem, de um lado, de outro, são pura polêmica
Carmelo Maia é filho biológico de Tim com Geisa. E é irmão, por parte de mãe, de Léo Maia. Só que este detalhe negritado fez toda a diferença quando, recentemente, Carmelo mandou, por via judicial, que Léo suspendesse todo e qualquer projeto que desenvolvia usando o nome do pai. Léo se sentiu injustiçado, já que chama Tim de pai e diz que foi criado por ele desde que sua mãe começou a se relacionar com o rei do soul. Carmelo, no entanto, é o administrador do espólio.
Giuliano já agradeceu por não se parecer em nada com o pai
Giuliano Manfredini, o filho com nome de santo de outro gênio, Renato Russo, também ganhou essa missão. Nos últimos tempos, entrou em rota de colisão com Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, os outros legionários, amigos do pai, para impedir que eles executassem músicas da Legião. Em comum, doses cavalares de preguiça de como quem deveria zelar pelo legado dos pais mete uma ganância monstra à frente do que poderiam fazer de melhor.
Tretas Legionárias
As tretas do Giuliano foram tão sérias que até a tia dele, Carmen, com quem conversei há alguns anos pra revista GPS, rompeu com o sobrinho, em carta aberta. Daí o Giuliano foi lá e meteu um processo nela, alegando difamação, mas… Perdeu. Além dessa treta, tem a já citada: quer porque quer que só ele comande toda e qualquer ação que leve o nome da Legião – como se Dado e Bonfá não fossem, também, legionários. No último dia 26, o Marcelo Bonfá publicou um longo desabafo explicando a treta:
Bom, Giuliano diz que só quer paz. Não parece…
Em novembro de 2020, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, após uma operação da Polícia Civil que foi até determinados locais (dentre os quais, um depósito da gravadora) buscar materiais de Renato Russo, ele disse:
Dos trabalhos produzidos em minha gestão para dar acesso ao imenso acervo de Renato Russo a seus fãs, vale destacar o concerto “Renato Russo Sinfônico” e a megaexposição Renato Russo no Museu da Imagem e do Som, que foi premiadíssima.
Por minha iniciativa, o MIS, inclusive, catalogou milhares de peças que estavam mofando no antigo apartamento do meu pai e deleguei para profissionais capacitados o armazenamento e preservação do material, consolidando assim a maior recuperação de acervo de um artista na história de nosso país.
Já foram publicados três livros baseados nos diários de Renato Russo, dois filmes, peças de teatro, veiculação de obra em novela de horário nobre da Globo e selo comemorativo dos Correios em homenagem à data de aniversário de Renato Russo, dentre outras iniciativas. E os projetos não param. Teremos livros, documentários, exposições, lançamentos e shows. Renato Russo vive.
Sou herdeiro de Renato Russo, um mito, que pertence à história e a todos os que o admiram e o amam. Homem meticuloso e organizado, deixou tudo registrado e preparado para eu assumisse quando chegasse à maioridade.
Não tenho tempo ou disposição para conflitos com quem quer que seja. Com absolutamente ninguém. Minha missão é de paz, meu caminho é de trabalho e construção. Preservo o legado do meu pai. Só peço que antes de saírem falando mentiras sobre mim e a administração da Legião Urbana Produções, me procurem. Sou um homem com canais de fácil acesso de comunicação e ciente de que o diálogo é fundamental.
Documentário inédito sobre Renato Russo
Com a benção de Giuliano, vai rolar um doc inédito do líder da Legião, que já começou a ser produzido por Bianca de Felippes, da Gávea Filmes – mesma produtora de Faroeste Caboclo e do novíssimo Eduardo e Mônica, ainda não lançado na telona por causa da pandemia, mas já circulando por festivais mundo afora (e varrendo prêmios). “Com a benção” é porque ele concedeu a ela o acesso a todo o acervo do artista. A jornalista Marcella Oliveira escreveu um matérião sobre o projeto na última edição da revista GPS, nas páginas 42/45 bem aqui:
Disco em espanhol de Tim Maia
É óbvio que ninguém é de todo mau ou 100% vacilão. O Carmelo, recentemente, cavucando o acervo do pai, descobriu um disco inteiro gravado em espanhol, para homenagear ao amigo recém-falecido, Cassiano. Repara no tanto de lindeza que veio agora à tona:
Jovens: vocês não fazem ideia do que é ter um Tim Maia ou um Renato Russo como ídolos. Sem essa frescura de dancinha horrorosa de TikTok, sem media trainning, eles eram assim. Ó o Tim:
E o incrível Renato, dando entrevista pro Zeca Camargo, na época, na MTV: