Está dando o maior quiprocó, lá no Rio Grande do Sul. Esse quadro aqui, que decora a sala de audiências da 2ª Vara de Família de Santa Maria, mostra a “vaca do litígio”. Observe o corpo dela, com a inscrição “Litigation”. Puxam, cada um para o seu lado, o promotor e o defensor. Tirando o leite da vaca, o advogado. Observando tudo, o juiz.

Acontece que os advogados da cidade se sentem “ultajados”, como informa o portal jurídico Conjur. Essa imagem, inclusive, foi tirada de um celular por um advogado, e o caso agora é analisado pela OAB-RS e vai chegar ao Conselho Nacional de Justiça em breve. A obra é inglesa.
Aqui, temos um exemplo da discussão proposta pelo dramaturgo Sérgio Maggio na peça “Eros Impuro”. Quer dizer, na peça, ele discute os limites entre arte e erotismo, o que não é o caso (a não ser que você seja zoófilo). Mas, conversando com o Maggio, ele defendeu que o artista não tem o crivo da moralidade dentro de si – essa espécie de auto-censura não existe em seu interior, para que ele expresse o que queira. O único senão do artista é agir com ética.
O fato: esse quadro causaria furor, instalado aonde está ou no Masp. Mas, instalado onde está, a crítica exposta foi bastante potencializada e acabou por agredir aqueles que por lá transitam diariamente. Seria o mesmo que expor aqueles terços em formatos fálicos na Capela Sistina, ou na basílica de Aparecida.
A questão: o quadro é imoral ou está numa circunstância anti-ética pra você?