“Fomentar cultura é dever do Estado”, disse Jesus

foto: divulgação Via-Sacra de Planaltina

Ele disse também que “por mais paradoxal que possa parecer, existe uma cultura da anti-cultura”. Messias na Via Sacra de Planaltina por anos, o agora deputado distrital Cláudio Abrantes (PPS), é um dos líderes da mobilização de artistas e parlamentares que resultou na criação da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, na Câmara Legislativa do DF.

Em entrevista ao Drops, Abrantes refere-se à “cultura da anti-cultura” como uma postura política adotada por anos no DF, de relegar ao segundo plano as questões culturais da cidade. A Frente Parlamentar, lançada na sexta-feira (1º), tem 17 parlamentares e o principal objetivo é fazer com que a discussão de políticas culturais passe pela Câmara Legislativa.

“Temos 30 regiões administrativas – excluindo o SIA – e apenas três teatros: o do Cave (Guará) – que nem deveria ser considerado teatro, pois é uma arena aberta multi-uso – o da Praça (Taguatinga Centro) e o de Sobradinho”, lembra Abrantes, excluindo o Teatro Nacional para falar da concentração dos espetáculos no Plano Piloto. “Do ponto de vista institucional, as ações sempre são concentradas no Plano, o artista das cidades ficam sem espaço para se apresentar”, arremata.

A Frente deve atuar em questões culturais genuinamente brasilienses. O deputado citou algumas das ações previstas para breve: duas audiências públicas – uma sobre a Rádio Cultura e outra sobre os Pontos de Cultura do DF -, uma sessão solene sobre os 30 anos da Plebe Rude e outra em homenagem a Dulcina de Moraes, além de debates sobre o Fundo de Amparo à Cultura do DF (FAC).

“O brasiliense não reconhece os seus talentos e isso é dever do Estado – não prover, mas fomentar”, defende Abrantes. “É inconcebível que isso ocorra numa cidade que conseguiu agregar tantos talentos do Brasil e até mesmo do mundo”, completa.

De acordo com o parlamentar, entre os apoiadores da causa estão Gisele Santoro (um dos principais nomes da dança no DF), Rênio Quintas (maestro) e grupos de hip hop da Ceilândia, de teatro do Dulcina, de cultura popular de vários locais do DF e do Fórum de Cultura.

Agora é cobrar, né? Se Jesus disse…

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