Chorando se foi

Morillo Carvalho

Basta ter mais de 25 anos e você é capaz de continuar facilmente o título. “Quem um dia só me fez chorar…”, hit em 1990 imortalizado por Kaoma. Os amazônidas conheceram essa música alguns anos antes, quando foi gravada pela primeira vez por Márcia Ferreira, cantora e ex-locutora da Rádio Nacional da Amazônia – até rolou, à época, um problema com os direitos autorais. E agora o Chorando se foi é revisitado pela pessoa mais improvável do mundo: o Nando Reis.

Improvável é a melhor autodefinição que eu já ouvi na vida sobre ele, aliás. Em entrevista à Billboard Brasil (yes, we have a magazine Billboard!), ele se declarou improvável, um puta poeta, um puta compositor e disse que homens e mulheres o atraem. E falou de suas improbabilidades no último CD, o Bailão do Ruivão, que além do Chorando Se Foi, traz Você não vale Nada (sim, o do grudento “mas eu gosto de você”), Fogo e Paixão e a melhor de todas, a Venus, que abre o CD.

Além de músicas inusitadas, o disco é cheio de parcerias improváveis. Jamais imaginei o Nando fazendo um som com Zezé de Camargo (em Do Seu Lado), nem com a Joelma do Calypso (em Chorando se foi). Coisa que Penny Lane, do Rock Brasília, detestou e classificou como “Moda Insuportável do Ano”, não se referindo diretamente ao Nando Reis, mas a essas parcerias do brega com o rock.

Bom, eu curti, mas devo ressaltar que se o Nando Reis peidar no microfone e falar qualquer coisa, provavelmente eu vá gostar. Então, whatever.

O fato é que vale a pena. O cd custa, na internet, de R$23,65 a R$25,90 – comparação do Bondfaro. O dvd, entre R$33,15 e R$34,90. É investimento pra começar bem o ano. Aliás, começamos o ano retomando o Drops e nem falamos nada, então, já que estamos falando mesmo do Nando Reis, fica aê com o nosso desejo de feliz ano bom. Na voz dele:

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