Uma apavorante família

foto: Blog dos Malas, no Flickr

Morillo Carvalho

Eu vinha de uma sequência de livros putos, sobre os quais falei um pouco aqui. Daí meio que tava sentindo a necessidade de ampliar os horizontes literários e fui parar na Índia, mais precisamente em Nova Délhi. Lá, encontrei uma família capitaneada pelo Ministro do Desenvolvimento Urbano do país, pai de 13 filhos, quase 14, aliás.

Me vi num caótico casarão abarrotado de crianças, conhecendo meandros da caótica política indiana e entendendo como e porquê o ministro Ahuja, melhor, Rakesh Ahuja, transformava Délhi no mais completo caos viário.

Conheci os meandros do casamento de Rakesh e Sangita, responsável pela geração de 13 filhos. O primeiro filho, Arjun,  foi do casamento anterior (terminado com a morte de sua mãe, a única paixão verdadeira do pai). É ele quem conta praticamente toda aquela história e, como você deve imaginar, ser filho de outro casamento numa família indiana tradicional é um drama, potencializado pela puberdade, que é melodramática em qualquer lugar do mundo (né?).

Se é difícil imaginar um casamento arranjado – sim, isso ainda acontece na Índia contemporânea – tente pensar num casamento arranjado em que você acaba por levar a esposa errada. Absurdos como esse marcam a confusão que é A ilustre família do ministro Ahuja, que li porque a capa me conquistou e, quando observei a orelha e a contracapa, vi que foi escrito por um jovem de 24 anos – o que aguçou a minha curiosidade.

Mas então. Sabe a famigerada teimosia libriana? Eu, legítimo representante do signo que insisto em não acreditar mudar nada na minha vida – e nem me fazer ganhar nenhum real – prossegui na leitura do livro, apesar de ter sentido vontade de parar, logo nas primeira páginas. É que é tanto nome indiano parecido, tanta descrição, que olha… Preguiça, viu?

Afora isso, foi bom. Conhecer a cultura indiana a partir de seu interior, narrada por quem viveu em seus meandros, sem o risco de ficar na superficialidade inócua do trato com o tema como é feito em novela das 8 já foi o suficiente para achar que valeu a pena. Não sei se você vai me entender, mas… É o tipo de leitura que gostei, mas não recomendo.

2 comentários sobre “Uma apavorante família

  1. Mas vc entendeu?
    Tipo, o livro é minimamente interessante, mas não vou recomendar porque corro o risco de me xingarem depois… hehehehehe

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