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Vamos pular?

 
 

foto: divulgação / Franz Ferdinand (site oficial)

Morillo Carvalho

Não, este não é um convite para dançarmos ao som de Sandy e Júnior. É, sim, um convite para o show do Franz Ferdinand. Se estivéssemos em 1960 e poucos, talvez os escoceses Alex Kapranos (vocal e guitarra), Bob Hardy (baixo), Nick McCarthy (guitarra base, teclado e vocal de apoio) e Paul Thomson (bateria, percussão e vocal de apoio) fossem os Beatles*. Só que não teriam a pegada indie de hoje, o que faz toda a diferença.

O show? Recomendado para os profundos conhecedores da discografia da banda, recomendado para quem só ouviu Take me out!, e recomendado também para quem não faça a mais puta idéia de quem sejam os Franz-Ferdinandos. No domingo, pouco mais da metade do salão do Marina Hall foi ocupado por fãs e pelo coro deles, ao som de absolutamente todas as músicas. Da primeira à última, o rock alto astral e alto nível parecia eletrizar as veias de cada pessoa. E o ponto alto: Take me out!

A apresentação começou morna, com Auf Achse – morna, considerando-se apenas a melodia, pois o público já delirava – e seguiu com No You Girls. Aí sim, chega o refrão e o que vi de neguinho pulando até próximo ao teto (exageros) foi inenarrável – “you girls never know, oh no, you girls’ll never know (bis), how you make a boy feel”. O grande sucesso do Franz, Take me out, só foi rolar lá pelo meio do show, e não havia ninguém que se segurasse. Foram, no total, 20 músicas, considerando-se 5 de bis. Terminou ao som de Lucid Dreams, a minha preferida deles.

Simpático, Alex Capranos disse várias palavras em português. Do “boa noite, Brasília”, pediu que cantássemos “mais alto”, perguntou se estava “Tudo bem com vocês?” e, por fim, deu o seu “obrigado”. Impressionante, você se sente prestigiado com algumas poucas palavras de um artista internacional. Isso porque elas demonstram a preocupação com o seu público, quer ele quem seja, de que tamanho seja.

Já o local… O Marina Hall é péssimo, né? Uma casa cheia de colunas, que impedem melhor visão do palco. Uma estrutura com entrada de ar apenas em dois lados, o que tornava o ambiente mega-abafadaço antes mesmo de o show começar, e o chão da platéia completamente reto para um pé direito não tão alto – que faz com que baixinhos como eu (1,64cm) fiquem subpostos a qualquer visão dos músicos caso alguém pouco mais alto ocupe a minha frente. Mas como o show nem tava tão cheio, fomos lá para trás e pudemos ver tudo e ainda pular e dançar. E o evento não era patrocinado pela Sol, nem pela Schin, então: de boua.

*Para comprovar a comparação, ouça Tell her tonight.

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