Um balaio de Maria

site da banda
Balaio de Maria: nova banda, com os mesmos da ex-Shemah. Imagem: site da banda

Sempre fui um visionário. E sempre tive tendências ao fanatismo, tamanho o excesso de paixões que sou capaz de sentir. Num determinado momento de minha vida, apaixonei-me perdidamente pela minha religião, o catolicismo. Até chegar ao fanatismo. Até chegar ao ponto de quase me foder por causa de um sonho: o de ter um boteco. Só que, como bom católico, ele deveria ser uma lanchonete e não um bar (já que bar é coisa de gente mundana). E não deveria servir álcool. E deveria abrigar os cristãos ansiosos por diversão pós-Missas e grupos de jovens. Eu, minha mulher e outro casal abarcamos na idéia: teríamos o nosso Sacra Point.

Quatro fodidos, uma com 15 anos, outra com 18, eu com 19 e o outro com 20. Um real no bolso? Não tínhamos. Mas houve quem apostasse em nós, a mãe do de 20. E nos emprestou o nome. Mais dois adultos de verdade e teríamos, então, os fiadores. Um mês correndo atrás de tudo, e o teríamos equipado, com mesas, cadeiras e freezer (tudo emprestado de quem confiava em nós, ó céus!). E a inauguração. Com direito à  banda Shemah.

Na ocasião, a Shemah se configurava como uma das melhores novidades no cenário musical católico do quadradinho (o DF). Uma mistura de funk americano, samba, soul, bossa, na voz de Letícia de Castro (hoje Letícia Maria), em músicas com letras que falavam de Deus, mas com elegância, requinte e nem um pouco apelativas. Sério. E o Sacra Point nasceu. E a Shemah foi. E rolou Gonzaguinha ao fim de tudo, com “viver e não ter a vergonha de ser feliz”. Os músicos, mega fodões, cantando à capela músicas nada religiosas (pelo menos na ortodoxia dos nossos pensamentos), mas tão boas que tornavam aquele momento mega bom.

Algum tempo depois, a Shemah tornar-se-ia uma banda secular (não-religiosa). Como o período coincidiu com o momento em que também me tornei secular (rs), continuei admirando e gostando muito do som da banda. Ano retrasado, eles surgiriam com um novo CD, cheio de novidades musicais no que chamaram de MBF – música brasileira fusion. Em seguida, acabariam. Ainda estão no MySpace, mete o dedo aqui pra conferir (depois do último parágrafo, por favor), se ficou curioso.

Acabariam para dar início ao Balaio de Maria. Mantendo a mesma formação da Shemah, com a Letícia aos vocais, apenas com sobrenome diferente, e a mesma proposta musical, eles estão de volta e eu ainda não sei lhufas sobre o que há de novo. Mas só espero coisas boas. Vai rolar um show deles na Livraria Cultura na próxima sexta, dia 05, às 18h30. Vou. E volto pra contar…

2 comentários sobre “Um balaio de Maria

  1. poxa, morillo… mas o que aconteceu com o bar!!!!!!!! podemos fazer uma filial na rua augusta, perto da camila, e importar a sibele de floripa!!!!! temos duas sugestões de nome “campari não é bitter” ou “senhora fogosa”.
    bjs!

  2. Oi Morillo! Passando pela net e tentando localizar os músicos da extinta Banda Shemah, encontrei o seu blog… gostei muito deste artigo q vc escreveu. Faz muito tempo que você escreveu, por sinal, rs achei só agora… Mas consegui informações boas sobre eles.

    Sou da Canção Nova e hoje moro em São Paulo-SP. Quanto á ideia sua de abrir um bar… (posso dar minha opinião??? rsrss). A proposta que você iniciou abrindo o bar com eles foi mto massa. Penso que, pelo fato do catolicismo, você pode colocar musica de qualidade no seu bar, sem ser da Igreja… Tem mta gente boa por aí. A gente não tem tantas iniciativas como essas de bares com música católica ainda hoje. Se você ainda tiver esse bar, me avisa que eu vou dar uma passada qdo for a Brasília, vlw?
    Fique com Deus!

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