Nome próprio. Bora ver?

Uma menina que quer ser personagem de um romance; uma festa que celebra o desaparecimento de uma menina; e o reencontro de três amigos, que resolvem lembrar as histórias da juventude. Estas são as sínteses dos três longas-metragens brasileiros premiados ontem (16), no encerramento do Festival de Cinema de Gramado, na cidade de mesmo nome, situada na serra gaúcha. Apenas três, de seis obras selecionadas, levaram o Kikito, nome do troféu da premiação.

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Leandra Leal e Murilo Salles, recebendo o Kikito no Festival de Gramado. Foto: blog do filme.

Das 13 categorias, “Nome Próprio”, de Murilo Salles, levou três prêmios: o de melhor filme, o de melhor direção de arte e o de melhor atriz, para Leandra Leal, protagonista do filme com a personagem Camila, uma menina que deseja tornar sua vida complexa o suficiente para que se torne objeto de um romance literário.

“Eu amo ser atriz. É a coisa que eu mais gosto de fazer na vida. E é muito bom receber um prêmio por fazer o que eu gosto”, disse Leandra Leal, na entrega do Kikito de melhor atriz. Ao receber o prêmio de melhor filme, o diretor, Murilo Salles, agradeceu ao Ministério da Cultura, “porque esse filme é produto de um edital de baixo orçamento”.

“Nome Próprio” é exibido amanhã, às 20h, no teatro dos Bancários. A 0800. Mais sobre a atração, manda um clique aqui.

Rodado na cidade de Barcellos (AM), junto à população ribeirinha, “A Festa da Menina Morta” marcou a estréia do ator Matheus Nachtergaele como diretor. Com seis prêmios, o filme levou o Kikito nas categorias melhor filme do júri popular, prêmio da crítica, prêmio especial do júri, melhor música, fotografia e melhor ator. O prêmio de melhor fotografia foi para Lula Carvalho, pelo mesmo filme. Ao receber a premiação, Lula a dedicou a Dorival Caymmi, que morreu ontem no Rio de Janeiro, e ao diretor Júlio Bressane.

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Matheus Nachtergaele, durante filmagens de "A festa da menina morta", em Barcellos (AM). Foto: blog do filme.

“A Bressane, que é um mestre, amigo, amado. E a Caymmi, que passou desta para uma melhor, mas é companheiro em momentos de solidão”, resumiu. Lula trabalhou com Bressane em alguns filmes. O diretor homenageado é representante do cinema marginal brasileiro – movimento de diretores de cinema que propõem a subversão na linguagem cinematográfica –, e atua na área desde 1965.

Já Daniel Oliveira, premiado como melhor ator, também por “A Festa da Menina Morta”, aproveitou para brincar com as Olimpíadas. “Estou me sentindo como aquele cara que ganhou o ouro nos 50 metros rasos”, disse, referindo-se ao nadador César Cielo Filho, primeiro ouro brasileiro em Pequim. E agradeceu “a Barcellos, cidade que precisamos preservar e que soube absorver uma equipe louca, em que passamos dois meses e pouquinho”.

Domingos Oliveira recebeu três Kikitos, dos quatro do filme “Juventude”, que dirigiu e protagonizou. Ao lado dos atores Aderbal Freire Filho e Paulo José, ele ganhou na categoria qualidade artística. Foi indicado ao prêmio de melhor ator e ganhou Kikitos, ainda, nas categorias roteiro e diretor. O último prêmio do filme, de melhor montagem, foi para Natara Ney.

“A emoção que tive no dia que exibimos o filme aqui pela primeira vez foi inédita. Melhor do que fazer um filme, só assistir a ele ao lado de amigos íntimos e queridos”, disse Domingos Oliveira, ao receber o prêmio de melhor diretor.

O Festival premiou também os melhores curtas-metragens – o que ganhou o de melhor filme foi “Areia”, de Caetano Gotardo; os melhores longas estrangeiros – “Cochochi”, de Israel Cardenas e Laura Guzman, foi o grande campeão; e os melhores filmes gaúchos, sendo que “Um dia como hoje” levou o Kikito de melhor filme.

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