É impossível não associar o Sesi de Taguatinga, em dia de Concurso Regional de Quadrilhas, ao Parque do Povo, em Campina Grande (PB), mês de junho afora. Ainda mais agora que conheço o São João de lá, que é considerado um dos maiores do mundo. O daqui não foi em junho e não aconteceu numa madrugada fria, foi neste fim de semana. É a estrutura grandiosa e a qualidade das quadrilhas estilizadas do quadradinho (ou DF) e região que permitem tal comparação.
O fim de semana que passou, aliás, foi um duelo de gigantes pros que curtem festa junina e uma farmácia cheia para os hipocondríacos viciados em drops como nós.
Duelo de gigantes porque dois eventos de grande porte rolaram nas duas satélites mais importantes do quadradinho: o que comecei a descrever e o “Maior São João do Cerrado”. Enquanto o primeiro se atém à sua significância como rodada de quadrilhas, o segundo, certamente, complementaria o Parque do Povo de Campina Grande, na parte em que ele é mais popular (leia-se entuchado de gente): a área de shows.
Com Elba Ramalho, Dominguinhos, Frank Aguiar e Alceu Valença, o evento vem se firmando como uma das grandes atrações com o tema joanino por estas paragens sem muita tradição popular. Ambientado em Ceilândia, segunda capital de nordestinos do país (a primeira é Sampa), a tônica do evento é certamente cheia dos “ôxes” e “oxêntes” que já vêm se consagrando em Brasília há tempos. Mas não é só aí, é na grandiosidade dos dois eventos, que está o duelo: um (o primeiro) é patrocinado pela Globo, e o outro, pela Record.
Quem já foi três vezes no da Globo, como eu, sabe que esta queda de braço – que mais do que ter a marca figurada nos banners, representa quem faz a melhor estratégia de divulgação – rendeu mais à emissora da Universal, que não acredita em São João – mas o financia. O público do Concurso estava muito menor – mas não creio que o preju tenha sido tão grande: sem fila pra cerveja e comidinhas, quem estava pôde comer mais e melhor.
E as quadrilhas? Belas, belíssimas. Algumas meio toscas, outras muito boas. Como a Chique Chique, de Planaltina. Inovações no enredo, como o marcador chamar para uma foto e toda a quadrilha posar, com ele soltando um “ô povo feio”, e uma fogueira formada pelos vestidos amarelos das meninas (chamas) e a roupa marrom dos rapazes (as toras de madeira), fizeram sucesso.
Aos nossos leitores hipocondríacos: além das festas juninas, teve show do Farofa Carioca no Arena e festa Anos 80 e 90, com tributo a Renato Russo, na AABB. Atípico, né? Ainda mais por esses dias… Continuamos à caça de bons fármacos para sustentarem nossos vicios.
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