Última sessão, marcada para começar às 21h40. Um filme que havíamos programado durante o dia inteiro, daquela segunda-feira, com os amigos e cinéfilos de plantão. Nas ligações, sentia toda a euforia: “nossa, mas é claro que vamos assistir” ou “demorô”, diziam.

Na correria, chegamos com cinco minutos de antecedência e nos deparamos com uma inesperada surpresa. Para a infelicidade de todos, o filme havia passado há três anos. Isso mesmo, em 2005! Chegamos bem atrasados não é mesmo? Foi como se tivessem nos jogado um balde de água fria. Mas não irei delongar-me nessa história….

Como não queríamos perder a oportunidade, escolhemos, no exato um minuto, outro filme, que na primeira vista não foi do agrado de ninguém, porque o nome não é nada convidativo: A Outra. Até porque não havia mais opção.

Entretanto, mais uma vez fomos surpreendidos, e desta vez foi com a trama do filme de época, que mostra a vida privada da realeza européia, na idade média (Inglaterra). As diferenças culturais e o jogo político são claramente destacados no longa. As irmãs Bolena, com todas as suas diferenças, causaram um grande problema para o rei Henrique VIII.

Diria que alguns dos sete pecados capitais, que já existiam na época, também estavam presentes no filme: a luxúria, a vaidade, a avareza, a ira, o que leva as protagonistas, ou melhor, o pai, a destruição de todos os seus conceitos e da sua família.

Em suma, valeu apena o tal equívoco cometido. O filme prendeu a atenção do início ao fim. Se A Outra seguiu rigorosamente aos fatos, não sei lhes dizer, afinal quase duas horas de duração não poderiam ser suficientes para relatar todo o cotidiano da família real.